23 de março de 2009

The Spirit - O Filme


É uma pena. Mas depois de termos um ótimo ano para o cinema em 2008. Obras como: Onde os Fracos não têm vez, Sangue Negro e Na Natureza Selvagem, tomaram as telas e levaram algumas estatuetas. Este ano de 2009 está se mostrando um ano parecidíssimo com o de 2007. Onde poucos filmes nos deram um gostinho de obra-prima. Basta ver os filmes premiados no Oscar este ano. Difícil passar de aceitável. E agora nos chega este The Spirit comprovando que neste ano os roteiros foram definitivamente esquecidos em Hollywood.

Na história um ex-investigador novato da polícia retorna misteriosamente do mundo dos mortos como Spirit para combater o crime nas sombras de Central City. Seu arquiinimigo, o Octopus tem uma missão diferente: aniquilar a amada cidade de Spirit enquanto busca a sua visão pessoal da imortalidade. Spirit persegue esse assassino percorrendo os armazéns soturnos e esgueirando-se por catacumbas úmidas e pelas docas açoitadas pelo vento de Central City, enfrentando ao mesmo tempo um bando de beldades que querem seduzir, amar ou matar Spirit.
Numa onda de “quero-ser-sin-city” Frank Miller esquece-se totalmente de seu roteiro, e nos mostra apenas o que acha que queremos vê: belas mulheres, e um visual de tirar o fôlego. Pois aí está o maior erro do diretor. Basta ver que na história Miller nunca tenta mostrar um lado mais dramático dos seus personagens, o que parecia pelo trailer que teríamos no filme. Em vez disto temos atuações extremamente caricatas que nos fazem querer sair do cinema em seus primeiros 5 minutos de filme.

Samuel L. Jackson, por exemplo, nos mostra um dos piores vilões que vi nos últimos anos no cinema. Nunca colocando medo no espectador, Jackson tenta apelar o máximo que consegue para caretas e gritos. Deixando o personagem ainda mais irritante. E Gabriel Macht como Spirit faz um dos poucos heróis da história do cinema que definitivamente não nos importamos. Desde seus primeiros momentos em cena, Macth nos mostra que qualquer outro ator poderia ter feito coisa melhor. Só eu achei, ou o papel seria perfeito para o Clive Owen?

O que definitivamente salva o filme de um verdadeiro fracasso é sua brilhante fotografia. Investindo pesadamente em seu tom quase que artificial Miller consegue a única proeza de sua carreira no cinema. Sempre priorizando pelo visual do filme e apostando nas sensualidades de Eva Mendes, Scarlett Johansson, Jaime King e Paz Veja, Miller deixa o filme quase que aceitável. Basta lembrar-se das roupas coladas de nossas musas.

Logo quando saiu Watchmen, lembro que uma crítica, o enquadrou como um filme publicitário demais. Pois não vejo definição melhor para The Spirit. Se ficássemos só na publicidade investida no filme sempre com boas frases de efeito e fotos geniais de Scarlett Johansson e Cia , aí sim teríamos uma verdadeira obra prima. Pena que realmente temos que nos decepcionar um pouco mais com os filmes que estão chegando as nossas telas este ano. E agora? Qual vai ser o próximo?

(2 estrelas em 5)

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