19 de abril de 2010

Cães de Aluguel (1992)




Quentin Tarantino é um dos poucos diretores de cinema que é tão adorado por muitos e tão odiado por tantos outros. Apesar de não ser um David Lynch ou um Lars Von Trier que geralmente causam uma sensação incomoda ao espectador, Tarantino mostra mais a violência em seus filmes. Sangue, Reviravoltas e Diálogos afiados.

Em Cães de Aluguel, o primeiro do diretor , nós vemos tudo isso. Não tanto sangue quanto em Kill Bill,não tanta reviravolta como em A Prova de Morte, mas tudo isso que gostamos em Tarantino está presente na trama de Cães de Aluguel.

Na história Joe Cabot (Lawrence Tierney), um experiente criminoso, reuniu seis bandidos para um grande roubo de diamantes, mas estes seis homens não sabem nada um sobre os outros e cada um utiliza uma cor como codinome. Porém durante o assalto algo ao saiu , pois diversos policiais esperavam no local. Mr. White (Harvey Keitel) levou Mr. Orange (Tim Roth), que na fuga levou um tiro na barriga e morrerá se não tiver logo atendimento médico, para o armazém onde tinha sido combinado que todos se encontrassem. Logo depois chegou Mr. Pink (Steve Buscemi), que está certo que um deles é um policial disfarçado e eles precisam descobrir quem os traiu. Em um clima de acusações mútuas a situação fica cada vez mais insustentável

Logo na primeira cena do filme, nós somos apresentados para alguns personagens que estão em discussão em uma mesa de bar sobre a musica “Like a Virgin” e seu significado. Nessa cena Tarantino já mostra para o espectador basicamente o caráter de cada um naquela mesa em seus minimos detalhes através de diálogos únicos e excelentes. Aliás na cena, o mais surpreendente é ver sete criminosos discutindo sobre uma música da Madona. O que nos mostra que fora os diálogos afiados presente na cena, Tarantino nos mostra outra faceta sua. O humor.

O humor negro que muitas vezes é presente na obra. Por exemplo na cena em que Larry está com Orange em seus braços e começa a contar sobre como é a dor que Orange sente e que vai ficar pior. Ou até mesmo na cena em que o policial é ameaçado com gasolina. São cenas extremamente cômicas. Algo que acaba se tornando um tipo de marca registrada do diretor, inclusive em seus projetos seguintes, como é o caso do brilhante Bastardos Inglórios.

A montagem do filme também é digna de aplausos, principalmente pelos saltos na trama, que mesmo indo e voltando muito na trama no assalto, acaba se tornando agradável na obra e muitas vezes quase nem se presta muito atenção ao fato de não incomodar. Por fim Tarantino nos cria um final bastante ao seu estilo, com muito sangue e muitas reviravoltas. É o começo de um novo mestre do cinema e um começo em grande estilo.

(5 estrelas de 5)

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