25 de maio de 2010

Halloween II (2010)


A primeira vez que eu tive a oportunidade de ver Halloween de John Carpenter, foi em 1996. Algo que fez com que eu não vivesse aquela “febre” que o filme acabou causando em seus espectadores, quando foi lançado em 1978. O personagem principal Michael Meyers se tornou um ícone no gênero terror, ao lado de nomes, como: Freddy Krueger e Jason Vorhees.

Devido ao sucesso e apelo comercial dessa franquia, desde então já passaram pelas telas 8 filmes sobre o famoso personagem. Mas devido as falhas contínuas das últimas obras, a franquia acabou dando um tempo. E voltou com uma refilmagem em 2006, que acabou sendo sabotada pela desastrosa direção de Rob Zombie, como havia explicitado na critica naquela época.

Nessa continuação Zombie voltou, e com problemas bem mais sérios do que havia mostrado na refilmagem. Em Halloween II somos obrigados a passar por uma tortura cinematográfica que nem Uwe Boll em seu pior momento na carreira nos fez passar. Aqui Rob Zombie acerta em cheio em como destruir um clássico do terror e como deixar o espectador irritado com o que está assistindo.

Dirigido e roteirizado por Rob Zombie, nessa continuação Michael Meyers continua sua busca implacável por vingança. Depois que sua irmã Laurie não o aceita como membro da família, ele se torna ainda mais perigoso, já que seu único laço com as emoções foi quebrado. Agora, há duas principais vítimas em seu caminho: a jovem Laurie e o dr. Samuel Loomis.

Acredito que nem Zombie tenha olhado o seu próprio argumento para o filme. Pois não é possível que não tenha percebido durante o filme inteiro, que Meyers não está perseguindo o Loomis. Aliás, Halloween começa já a dar sinais de desastre quando justamente não consegue nem acompanhar a própria premissa. Só temos uma cena do 2º para o 3º ato, onde Loomis está numa livraria em uma sessão de autógrafos que Meyers observa de longe. Mas nada mais de perseguição.

Outro ponto negativo é o uso exagerado de sangue. Com o objetivo de chocar, Zombie passa a usar na maioria de suas cenas envolvendo morte uso em demasia de sangue. Exemplos como a cena de cirurgia no hospital com a personagem Annie. Ou até mesmo o sangue que sai da boca do paramédico quando este acaba sofrendo um acidente por ter batido em uma “vaca”. Sem falar na cena em que uma personagem morre no banheiro de seu apartamento com 3 facadas, mas o ambiente fica com sangue por tudo, até no teto.

A direção de Zombie chega a ser até engraçada de tão deplorável. Mostra seu lado picareta e começa a sabotar ainda mais o projeto. Para começar as cenas afastadas. Zombie investe todo o tempo nesse tipo de plano. Como se o personagem sempre estivesse estudando o melhor momento para o ataque, ou até mesmo para trazer aquela sensação para o espectador de falta de paz. De angustia ou sofrimento para com os personagens. O problema é que a única sensação incomoda que o espectador sente é a de que está vendo um projeto de péssima qualidade. O que chega a ser irônico.

Sobre as atuações. Scout Taylor-Compton como Laurie continua inexpressiva. Malcolm McDowell como Dr. Sam Loomis, que eu inclusive havia salientado na critica do filme de 2007: era o único que levava o projeto adiante. Aqui é totalmente sabotado pelo roteiro. Loomis se transforma na história no pior tipo de vigarista, arrogante e cínico. O que em nada se parece com o Dr bondoso que tivemos o prazer de conhecer no resto da franquia. Parece que a principio Rob Zombie, ou tinha um problema com o personagem ou se imaginou como ele. Daí a palavra vigarista se encaixaria perfeitamente.

Mas como todo filme de terror que se preze sempre temos uma saída quando não nos identificamos com os personagens do bem. Oras, vou torcer é pelo assassino, é o que sempre pensamos. Não mais. Até nisso Zombie falha. O diretor consegue criar um Michael Meyers que parece ser fraco e entediado. A trilha da franquia, que ainda é lembrada no mundo todo, aqui não é utilizada. O assassino fica todo o tempo sem a mascara. E o que é pior geme quando mata., o que Zombie queria deixar parecendo uma experiencia sexual para o assassino. Fora que anda com um tipo de casaco de moletom, no pior estilo “maloqueiro”, que acaba também o deixando parecido com um mendigo com a barba e cabelo aparecendo. Sem esquecermos da fala de Meyers no final do 3 ato, que simplesmente volta a falar. Igualmente ruim ao argumento criado no filme de 2007. Onde Meyers decidiu não falar mais. Oras, mas é muito fácil assim.

Criando quase que uma tortura cinematográfica. Zombie se supera a cada obra nova. Chegando ao seu ápice de desastres nessa infeliz continuação. Aqui ele ainda usa, sempre, referencias de halloween, para parecer mais esperto. Temos exemplos, como: a cabeça de abóbora do começo da projeção ou o corpo de caveira com a mascara de Meyers. Fora a trama da mulher branca que é extremamente estupida e deselegante. Mas no fim, nada me preparou para uma experiencia tão sofrível quanto esta. E espero realmente que Zombie se foque só no mundo musical. Pois se não, talvez o mundo ainda acabe antes de 2012 com mais uma obra torturante de Rob Zombie.


(1 estrela em 5)

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