21 de março de 2012

As Aventuras de Agamenon, O Repórter

 


Idem, Brasil, 2012. Direção: Victor Lopes. Roteiro: Hubert e Marcelo Madureira. Elenco: Marcelo Adnet, Hubert, Marcelo Madureira, Luana Piovani, Pedro Bial, Fernando Henrique Cardoso, Ruy Castro e Fernanda Montenegro. Duração: 74 minutos.

As Aventuras de Agamenon é uma esquete estendida de Casseta e Planeta travestida de humor. Porém, muito mais insuportável e doloroso que o programa de “comédia” (sempre entre aspas, por favor) da Rede Globo, o longa-metragem que é roteirizado por nada menos que Hubert e Marcelo Madureira saídos (adivinhem de onde?) do falecido programa tenta ser uma tentativa nada natural e lamentável de unir Borat e Forrest Gump num mesmo filme – algo que mostra-se muito mais fatal do que uma maratona das filmografias de Rob Schneider, Eddie Murphy e Adam Sandler em seqüência. 

Lançado (não encontrei outra palavra) contra a população mais rápido do que se espalha o vírus ANTRAX, a narrativa descrita por Hubert e Marcelo Madureira gira em torno do asqueroso repórter Agamenon, uma junção mortífera de Borat, “Seu Creysson” e Lúcifer. Ponto. Sim, essa é a “história”. Não há qualquer outra coesão que possa ser explicada ou acentuada em um parágrafo que descreva a trama.

Assim, sem nenhum timing desde sua primeira cena vemos numa “crescente” a história do repórter sendo contada através de suas “reportagens” históricas e seu domínio “wikipediano” para entrevistas. Portanto, cenas em que Agamenon aparece apenas com uma figura famosa sem saber como ou porque está naquele local é recorrente e explicitado em frases absurdas como: “Gandhi, esse negócio de pacifismo lhe trará fama de boiola” ou quando vemos Einstein brincando com o fato de seu flato ser parecido com uma explosão nuclear.

Apostando num roteiro que deve ter sido escrito quando Hubert e Madureira tentavam fazer um quadro para o Casseta e Planeta em 1984, as “piadas” parecem ter saído diretamente da época, pois só isso para explicar coisas datadas como: “Faço exame de próstata rotineiramente, umas quinze vezes por semana, mais ou menos” ou “Ele me deu um empurrão, mas o problema é que estávamos no terceiro andar e a janela estava aberta” que foram merecidamente esquecidas com o passar dos anos.  Além disso, Hubert e Madureira não demoram a utilizar artifícios dignos de crianças de 8 anos de idade que ainda se surpreendem com comparações embaraçosas como “Seu pai é tão feio, mas tão feio que utilizam sua foto para espantar moscas” (algo que causa surpresa de não ser usado no longa).

Aliás, diagnosticar os roteiristas como crianças recém inseridas no cotidiano escolar surge como um excelente exemplo para pessoas como Hubert e Madureira que, vivendo no século passado, ainda acham que piadas envolvendo brincadeira com nomes (Chico Buraque, O Barão de Pau Barbado ou Jacinto Leite Aquino Rêgo) ou até mesmo frases tolas que rimam como “Ora, é o charuto do Getúlio” ou “Ele gosta de compor, tirar, compor, tirar”, ainda são efetivamente engraçadas.

Além disso, aproveitando-se do nome Globo (uma empresa que deveria se envergonhar de trabalho infantil, diga-se de passagem, por contratar esse tipo de roteirista), Hubert e Madureira não são nem um pouco tímidos em utilizar a todo o momento um nome conhecido do público para apenas tentar tirar graça do fato daquele repórter potencialmente existir – algo que ainda soa como cretino para a própria Rede Globo, como se seu nome fosse motivo de piada. Algo, por exemplo, que é ainda mais corroborado com o fato da submissão de Bial para o papel que faz, brincando até com o BBB no muro de Berlim, ou para Jô Soares, Suzana Vieira, entre outras aparições.

Mostrando sua total falta de talento não só como roteirista, mas como ator, Hubert aproveita para mostrar todos os tiques que seus anos de Casseta e Planeta proporcionaram: os maneirismos, a pronúncia do ‘r’ ou o tique exagerado nos olhos e no canto da boca. Da mesma forma, Adnet mantém os mesmos problemas, adicionando um levantar de sobrancelha constante. Ao passo que Luana Piovani surge sempre lamentável.

Tão potencialmente perigosa como a parceria Rob Schneider/Adam Sandler, a parceria Hubert/Madureira deveria imediatamente ser condenada por crimes contra a humanidade, para assim deter a proliferação desse tipo de “humor” no Brasil e no mundo. Pior. Da mesma forma que a dupla americana utiliza seus nomes para participações indignas e desastrosas (sendo Al Pacino a mais recente vítima), os brasileiros também não ficam satisfeitos de serem medíocres sozinhos, tentando o máximo de participações famosas para abafar os problemas de roteiro.

Assim, quando vemos Rui Castro se entregando de forma tão vergonhosa para um embaraço dessa magnitude ou ouvimos João Gilberto cantando algo como “(...) mas esse pato acabou pegando chato, comendo a bunda do marreco lá no mato", é um alívio que temos um esclarecedor e esperançoso depoimento de uma das figuras do longa, Nelson Motta, ao dizer: “Espera aí, sobre quem estou falando mesmo? Ultimamente estou em tudo que é documentário, nem sei mais sobre quem falo". Obrigado Nelson, vou tomar isso para o restante das participações também! 

2 comentários:

Eduardo Monteiro disse...

Custo a acreditar que alguma das pessoas da produção tenha achado em algum momento que sairia algo divertido, ou suportável. Disputando de pau a pau o troféu de pior do ano com A Saga Molusco que, espero, você não se dará ao atrabalho de ver.

Anônimo disse...

A BAIXARIA CORRE SOLTA NA INTERNET


Deu na 'IstoÈ' Gente’ (6 maio 2009)

A guinada de Cissa

A atriz Cissa Guimarães volta às novelas após 15 anos, critica o ‘Vídeo Show’ e diz que, como sua personagem em ‘O Clone’, enfrentou problemas de drogas com um dos filhos

Eduardo Minc

Após 15 anos no comando de um quadro no *Vídeo Show*, Cissa Guimarães resolveu dar uma guinada na carreira. Afastada das novelas desde 1987, quanto atuou em O Direito de Amar, de Walter Negrão, a atriz não titubeou quando recebeu o convite da autora, Glória Perez, e do diretor Jayme
Monjardim para voltar aos folhetins e viver a Clarisse, em ‘O Clone’.

“Queria trabalhar com ela há muito tempo. Acho a Cissa uma ótima repórter, mas como atriz, ela é melhor ainda”, elogia Glória Perez.

A perda gradativa de espaço no *Vídeo Show* fez com que a atriz buscasse outro caminho. “Antigamente era um programa cult. Hoje ficou supérfluo e engraçado”, justifica. Ela conta que surpreendeu alguns amigos quando optou por deixar a atração para ter um papel na trama de Glória Perez. “As pessoas me diziam: “Vai largar um programa no qual você é a estrela para fazer um papel pequeno?’”, recorda Cissa, que não se arrependeu da escolha.

Assim como sua personagem – que enfrenta a barra de ver o filho adolescente envolvido com drogas –, Cissa passou por situação semelhante com um de seus filhos. Naquele momento, ela diz que o mais importante foi estar presente e não fazer da situação um drama. Hoje está tudo bem. “O Tomás já fumou como muitos adolescentes. Acho normal experimentar drogas nesse período. O negócio é chegar junto e conversar, em vez de criar um bicho de sete cabeças”, acredita. Na juventude, ela também passou por essa experiência.

“Era poético, idealista. Um grito de independência da geração dos anos 70.”

Sua independência, aliás, pode ser a razão de estar sozinha hoje – ela acredita que assusta um pouco os homens.



Ilações dessas notícias:

Internautas, temos de reconhecer que, nesse momento em que temas tão triviais e mundanos alçam-se às manchetes da mídia, podemos detectar que ninguém supera os mineiros quanto às conquistas femininas, deixando os cariocas, paulistas e paranaenses babacas como eu chupando dedos. Aécio Neves está aí mesmo, atacando em todas as frentes, desde concursos de misses até ensaios de Escolas de Sambas, para qualificar a nossa tese, pois mulher bonita que passa na frente do neto do Tancredo é ‘creu’ (com o povo mineiro aplaudindo de pé...), mas há também outros mineiros agindo e ‘comendo quietos’.

Assim, veja o site abaixo com as proezas de outro mineiro matreiro, o Rei das Estagiárias, Francisco Barbosa, comunicador da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, baluarte da ‘Sociedade dos Machões de Minas Gerais’, ícone da Rua Halfeld de Juiz de Fora, atualmente um emérito ‘matador’ de mulheres (como bom mineiro, ele nega tudo), seguindo a trilha do Mariel Mariscott (In Memoriam), o Doca Street (antes de se tornar assassino), o Vando, o Daniel Filho, o Marco Paulo, o Fábio Jr., o Gracindo Júnior (parece que se aposentou), o Tarcísio Meira (o pai, ainda em ação; o filho é bichona) e aproximando-se até do Raul Mascarenhas, o saxofonista das noites cariocas e dos bistrós parisienses.

http://community.webshots.com/user/ultimas_da_juju_carioca